E naquela manhã, dentro daquele carro, ia tecendo os planos
que lhe perturbavam a mente. Numa cobrança incômoda, como se tudo fosse
obrigado a dar certo.
E assim ia seguindo viagem, observando os
verdes pastos, buscando a paisagem até o
fim do horizonte. E passava a imagem das
cercas feitas de madeira e arame, na qual, do seu ponto de vista, corriam
rapidamente. E via também alguns gados no pasto, tranquilos e serenos, como se
no mundo, não houvesse problemas.
E o pensamento lhe perturbando a cada momento, e então
pensava: por que tenho que me envelhecer e agonizar com pensamentos fortes e
obrigatórios? E aqueles pensamentos lhe tiravam a paz, a ponto de não conseguir
observar a bela paisagem que passara pelo lado de fora da janela.
E de repente percebeu como a viagem dentro daquele carro em
relação a sua vida tinha se transformado
numa grande metáfora, na qual se requeria uma profunda interpretação. Os
pensamentos cruéis simbolizavam o carro que
a aprisionava em seu interior, impendendo-a de ver e sentir a bela
paisagem q estava do lado de fora. Bastava
estar do lado de fora do carro, que perceberia tudo de um ponto de vista
diferente; as cercas não estavam correndo, estavam paradas e isso mostrava o quanto a sua posição estava
fazendo-a pensar de forma equivocada sobre as coisas da vida. Não tinha motivos
relevantes que fizessem com que valesse
a pena ficar trancada dentro daquele carro ausente de paz e tranquilidade sendo
rondado por pensamentos torturadores.
No fim percebera que todo aquele cenário explicava tudo o
que estava acontecendo em sua vida, a viagem rumo à perdição lhe impedia de ver o belo mundo lá fora, onde seria
serena como os gados que pastavam em paz.
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